sexta-feira, 22 de outubro de 2010

amizades de fachada



Ter amizades de fachada ou a fingir é das coisas piores que podemos ter pior ainda mesmo que termos estado sempre sempre sós mas observando tudo à volta posso-me descartar de qualquer culpa que possa ter sobre mim uma vez que a única coisa que sucedeu foi a minha tremenda falta de sorte ao atrair todo e qualquer tipo de gente que conheço aqui e ali. No fundo projectei nessas pessoas uma ideia de mim não real e mais positiva e elas pareciam gostar do meu modo de ser alegre mas forçado, depois fui dando mais e mais e sempre senti que pouco ou nada recebi em troca do meu esforço por manter ou começar uma amizade. Quando mostrava ser mais eu com direito a maus dias, direito a não ser fantoche e estar sempre a falar (já que a maior parte das minhas conversas era monólogos), quando mostrava o que estava a sentir e comecei a dizer o que pensava e sentia essas pessoas acharam-me estranha, negativista, bruta e arrogante...e não gostaram.
A maior parte dessas pessoas pura e simplesmente falharam no teste mais importante de todos e que nem era muito difícil: não fui dizendo nada e elas também até pura e simplesmente não nos falarmos mais ou então dizermos um Olá miserável como se isso tivesse de ser uma obrigação e regra de boa educação. De facto dizer um Olá com um sorriso vão a alguem que mal conheça não me custa nada mas fazê-lo a alguem que julguei conhecer chega a ser doloroso. O que pode ficar de meses e meses de mútuo desprezo? no meu caso ficou uma ténue lembrança de algures no espaço e tempo ter falado com essa pessoa mas ela passa logo a não existir depois do momento em que limpo umas quantas lágrimas num olho e noutro e penso no tempo que perdi a construir aquela fachada. Mas para essas pessoas não! Para elas parece que tudo continua igual e que somos amigos como sempre como dantes, sem o mínimo esforço mutuo de manter algum tipo de contacto. Devo dizer que isso para mim não funciona. E devo dizer que lamento todo o tempo que perdi com elas e que elas me fizeram perder. O cerne maior da questão é aquela dúvida atormentável sobre o que é então ser amigo?Para muita gente quanto mais pessoas melhor, qualquer pessoa com quem almoces meia dúzia de vezes e cumprimentes já é teu amigo, qualquer pessoa com quem tenhas 2 dedos de conversa é teu amigo? O que é para elas ser amigo? Para elas parece ser tão fácil para mim é muito difícil... e eu prefiro não ter ninguem a ter muita gente sem nenhum interesse. Prefiro passar e ser ignoarda por todos de facto se eu pudesse ter um poder seria invisível, eu prefiro a solidão do que as amarras de uma relação falsa e sem significado.No final fica esta sensação estranha e constrangedora de já depois de tanto desprezo não sentires absolutamente nada por essa pessoa, e quando digo nada refiro-me a nada. Tento pegar em razões para que eu goste dela ou ela goste de mim e não as há e eu não as sinto. Essa pessoa e tantas outras passaram a ser só mais umas memórias vãs e turvas de um passado que não volta...O que também é incrível é o esforço todo que fiz por conhecer pessoas, o esforço que fiz por gostar delas e a recompensa aparente de elas parecerem gostar de mim...no fim ninguem foi suficientemente interessante para mim, ninguem fez mais ou igual por mim do que fiz por eles mas incompreensivelmente parecem não querer entender o que digo e que estou a sentir. Custa ter confiado demais e não receber a confiança deles, custa terme-me esforçado demais, custa terme-me preocupado demais, custa ter gostado demais, custa ter tido todos aqueles desabafos incompreendidos que só serviam para aguçar a curiosidade alheia, custa ter sido parva, custa ter acreditado nos outros, custa ter tido ilusões...Como exemplo mais óbvio, quando já não se sente nada numa relação dita amorosa as pessoas acabam por se separar, os rostos alegres ternurentos e inspiradores de confiaça passam a ser frios e distantes até que toda a mágoa dá lugar à aceitação e à indiferença por tudo isso.
Não ter alguem mesmo que se goste para fazer as coisas de que se goste é o mesmo que não ter nada nem ninguem. A partir do momento em que se tem de fazer as coisas de que se gosta sozinho é aí que se sabe que não se tem ninguém e é tudo fachada.Para continuar em frente há que quebrar o passado e todas as pessoas que nos prendem a ele...eu estou a acabar com todo o meu Mundo desinteressante prefiro optar pela solidão porque a solidão verdadeira dói menos que uma amizade de fachada.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

1ª Viagem à Dinamarca: it was just a dream


Já há muito que voltei da Dinamarca há muito tempo mas tinha de escrever o próximo post sobre os 10 dias que lá passei.
A verdade é que afinal eu tinha uma ideia muito diferente do que aquele país poderia ser, as expectativas eram muito altas e saí um pouco desiludida. Houve coisas que gostei e outras não, coisas que me surpreenderam quer pela positiva quer pela negativa...mas de modo simples e conciso posso dizer que a Dinamarca não é o país de sonho que idealizei.

Pontos Positivos:
1) As pessoas são do mais simples que vi em termos de modo de vida, vestem-se com o que é mais práctico, não são de modas e apesar de terem bons ordenados não sentem a necessidade de mostrar as suas posses em vez de carros andam de bicicleta (os portugueses por outro lado gostam de mostrar o que têm e não têm e muitos apesar de não terem uma casa muito boa fazem por ter um carro topo de gama que muitas vezes nem conseguem pagar e acaba por ser penhorado).Os carros que vi na rua nem eram topo de gama como audis ou mercedes.
2) Há uma forte consciência ecológica uma vez que imensa gente anda de bicicleta e transportes públicos mesmo quando chove imenso andam sempre de bicicleta. Não metem sequer cadeados nas bicicletas o que mostra que ninguém rouba nada a ninguém. Em Portugal esse cenário é inexistente pois ninguém anda de bicicleta na rua (até porque nas cidades nem foram feitas ciclovias com esse intuito. Em Portugal andar de bicicleta é uam actividade recreativa ou desportiva e não um modo de locomoção).
3) A 1ª vez que saí à noite sozinha foi em Copenhaga e não houve lugar onde me sentisse mais segura à noite  apesar de haver pouquíssima gente na rua.
4) As ruas estão sempre muito limpas.
5) Tinham museus interessantíssimos e de renome internacional como o Museu Nacional com obras primas tais como o artefacto viking charriot of sun e Det Carlsberg Glyptotek com obras de Degas e Van Gogh. Os palácios também eram muito interessantes.
6) Era tudo muito verde talvez devido também ao clima chuvoso.
7) Eu adoro aquele tempo: bastante chuva e vento e algum frio também. Os dias de sol tendem a pôr-me deprimida e não suporto o calor de modo que prefiro bem mais aquele clima.
8) Os subúrbios são bastante acolhedorese com condições: os prédios são todos bem conservados, os prédios são pouco altos (não vi nem um arranha céus) e a maior parte das pessoas vive em pequenas moradias com pequenos quintais, as casas típicas também são habitadas ao contrário de em Portugal que ou quase não existem ou são só para fins turísticos ou servem de escritórios e armazéns como a baixa lisboeta. Através das casas que vi ficou evidente que o nível de vida é muito igual entre os dinamarqueses o que denota justiça social.
9) Vi bastantes eólicas especialmente offshore.
10) Os dinamarqueses são pessoas bastante activas vi muita gente a andar a pé, de bicicleta e fazer jogging.

Pontos Negativos:
1) Há poucos turistas o que se tornou claramente evidente a partir do momento em que o planetário Tycho Brahe nem tinha legendas em inglês e não o pude visitar. Muitas vezes senti-me a única turista lá o que me desconfortou até pelos olhares.
2) A vida nocturna é aborrecida ou praticamenet inexistente. Os bares fecham muito cedo (regra geral às 10 da noite mas os mais resistentes fecham só por volta das duas da manhã), há poucas discotecas e a haver são ferquentadas por pessoas mais velhas. Há heterogeneidade de presenças em pares estando repletos tanto de mais velhos como de mais novos, sendo um ambiente demasiado estranho. As pessoas nos bares mal falam umas com as outras, timidamente cantam as músicas nos pubs, notei pouquíssima gente a divertir-se. Para além disso as bebidas são caríssimas e o karaoke praticamente é só com músicas de há 20 ou15 anos atrás. Vi pouquíssima gente nos bares e nas ruas principais de noite apesar de estarmos a meio de Agosto e ainda ser verão lá todos os dias da semana (mesmo sexta e sábado).
3)A maior parte das pessoas são o típico viking das lendas escandinavas na medida que são do mais impessoal possível, dão a menor confiança possível, são de poucas falas às vezes um pouco brutas e não escondem alguma hostilidade, desconfiança, desagrado, espanto ou frieza perante estranhos. Não são um povo muito anfitrião, e tal como nos outros países escandinavos isso reflecte-se na imigração. Os países escandinavos têm poucos imigrantes.
4) Há pouca convivência pelo menos em público ( a maior parte dos dinamarqueses faz festas privadas em casas de amigos): os cafés e restaurantes estavam sempre muito vazios e as pessoas não falavam muito umas com as outras, e a falar faziam-no muito muito baixinho.
5) A maior parte das pesssoas não gosta de falar com turistas porque são estranhos e causa-lhes algum desconforto serem abordados na rua mesmo para pedir informações em inglês.
6) Não posso dizer que achei que fossem um país de pessoas simpáticas ou antipáticas mas sim apáticas com poucas emoções quer positivas quer negativas. Não me lembro de ouvir alguém rir alto, pouca gente sorria, quase não se ouvia as pessoas a falar pois falavam muito baixinho...nos comboios até havia tabletas a dizer para não se falar ao telemóvel para não perturbar os passageiros e uma dinamarquesa chegou a levantar-se chateada por eu estar a falar em português com um nível sonoro diferente do que quando se está numa biblioteca. Para além disso pouca gente respondia a saudações de bons dias ou agradecia aquando de um pagamento muito menos nos olhavam nos olhos.
7)Também havia miséria com pessoas a dormirem na rua: novos e velhos ao frio e à chuva e à noite demandando atenção ou compaixão mas apenas recebendo desprezo.
8) A comida típica é bastante má uma vez que abusam da carne por isso nem pude provar. Não têm acompanhamentos como arroz e batatas fritas ou cozidas baseia-se tudo na dita da proteína. Aliás os pratos típicos era peixe com carne e marisco e banha mais uns molhos estranhos...irrc.
9) Era tudo super, hiper, mega caro.
10) Achei Lisboa mais bonita que Copenhaga.
11) Achei que viver ali deveria ser muito chato e em 10 dias cheguei a aborrecer-me de estar lá e tive saudades de Portugal.
12) Apesar da justiça social evidente entre os dinamarqueses eles idolatram uma família real que vive rodeada de luxos à custa dos contribuintes do estado dinamarquês. Para mim é inconcebível uma sociedade dita mais evoluída que as outras manter uma família real que mesmo sem poder político esbanja o dinheiro do povo em futilidades e luxos escandalosos.
13) Os dinamarqueses foram apontados como o povo mais feliz do mundo num estudo de há anos atrás mas essa felicidade a existir era bastante reprimida e escondida...para mim não foi visível.

Concluindo: estou muito feliz de ter realizado este meu sonho de ter ido à Dinamarca, sempre disse que não sairia de Portugal para visitar outro local sem ser 1º a Dinamarca...agora que já aconteceu estou livre para ver outros locais. E para o bem ou para o mal tirei esta obcessão da minha cabeça uma vez que era apenas um sonho. Não foi uma total desilusão mas esperava mais daquele local, um conto de fadas quando no fundo era apenas um local sombrio sem muita vida nem graça.
Estive nas nuvens o sonho levou-me lá mas o sonho desvaneceu-se quando as nuvens do céu português se desvaneciam em pó e o avião aterrava em Portugal e foi aí que me senti finalmente...em casa.
It was just a dream...