segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Sou anti-social
Encontrei na internet expressão que melhor define o meu comportamento:
"O anti-social é uma pessoa que não se sente bem no meio das outras, que não consegue ter um convívio social.
O anti-social também pode ser por causa do desprezo ou transgressão das normas da sociedade, o anti-social a maioria das vezes ignora a possibilidade de estar passando ou tendo uma imagem negativa."
Tal e qual como eu!
Sinceramente não me enquadro em nada nem com ninguém, posso até falar com pessoas
individualmente, mas quando elas andam em grupo nem me aproximo, porque não gosto de
estar no meio de um grupo em que as pessoas tendem a ser iguais entre todas elas.
Mais, as pessoas acham estranho mas a verdade é que não sou uma pessoa muito afectuosa, eu posso até gostar das pessoas mas excuso de lhes beijar todos os dias e enviar "bjs" nas sms (aliás eu nunca envio e detesto que me enviem). Uma pessoa assim tão carinhosa é mal interpretada por mim, isto é, acho-a chata, maçadora e a evitar, assim como eu para outra pessoa posso parecer arrogante, mal-educada e bruta (estão-me sempre a dizer isto) e a evitar.
As pessoas às vezes são simpáticas para mim e depois podem vir a ser umas grandes bestas dizendo coisas para me tentar magoar intencionalmente, isso confunde-me um pouco, porque se retribui a simpatia sinto-me estranha de ter de retribuir o sentimento oposto. Se não o fizer (devido acima de tudo ao meu espanto perante tão vil comportamento cínico) sinto-me mal comigo própria e vou-me corroendo por dentro, por isso é melhor explodir de vez com essas pessoas...naturalmente elas não gostam e esta é a principal razão da minha aparente frieza e arrogância, naturalmente é um mecanismo de defesa inicial, isto é: antes que pensem em se meterem comigo para me provocar, comigo estão avisados a não o fazer.
Uma das razões para não me meter em grupos é porque não quero conhecer muita gente (até porque no fim não se conhece ninguém), para além disso gosto de manter-me à parte de todos, é uma certa sensação de independência emocional.
Mas às vezes é chato estar sempre sozinha, até deprimente...então eu tento socializar e acabo por me irritar e irritar os outros pois:" o anti-social a maioria das vezes ignora a possibilidade de estar passando ou tendo uma imagem negativa.", e é isso mesmo eu não costumo esconder o que penso e não abdico de dizer a minha opinião mesmo que não seja o que eles chamam de normal bem como não deixo de falar como eu quero, da forma como dizem, bruta, mas que eu acho que é só frontal e directa (às vezes inundada de ironia ou sarcasmo mas nunca de forma dissimulada).
Sei que há pessoas interessantes mas são os meus músicos preferidos, os meus escritores preferidos e as pessoas que lutaram e lutam por ideais verdadeiros dizendo as verdades inconvenientes sem medo de represálias, mesmo tendo o Mundo todo contra elas depois (como alguns jornalistas).
Já fingi ser quem não era e acabei por entrar em conflito comigo, então prefiro ser quem sou, não acho que deva mudar por ninguém, aprendi a aceitar-me e isso é o mais importante.
Chamam-me anormal, mas se ser anormal é ser diferente de uma sociedade, genericamente, profundamente doente e cheia de pessoas zombies e clonadas, vazias e sem personalidade e opiniões próprias, então eu tenho muito orgulho em ser anormal, obrigada!
Resultado? prefiro estar sozinha e em paz, às vezes é aborrecido mas menos conflituoso.
Quanto ao desprezo e à transgressão das normas sociais, como já disse, o que mais detesto é mesmo é a falta de personalidade, é-nos imposto sermos de uma determinada maneira, pensarmos de uma dada maneira, agirmos de certa maneira, eu recuso-me a ser assim só porque é o aceitável e não como eu acho que deva ser, por isso, aprendi a afirmar-me como sou e a gostar de mim como eu sou.
Conclusão: até hoje como quase só conheci idiotas não há que estar triste por estar sozinha, sozinha sei que não discuto nem me chateio.
Em 2011 perdi quase todos os meus "amigos", eles simplesmente desprezam-me quando me afastei deliberadamente para ver qual seria a reacção deles: se iriam ser eles a fazer-me convites desta vez e a tomar a iniciativa de falar comigo...mas não, nada fizeram.
Tanto que mudei de telemóvel (mas manti o nr) e perdi contactos telefónicos e quase não recebi mensagens (ou seja durante 5 meses senão recebi mensagens sequer é porque essas pessoas não têm o mínimo interesse em estar e falar comigo). Não valem a pena, eu sei, só nunca esperei que fossem tantas pessoas, então eu estou mesmo magoada e desiludida e embora já há dois anos tivesse entrado nesta espiral de deterioração de amizades não consegui fazer novas amizades neste ano: sou muito desconfiada e inacessível à primeira vista ( e se calhar à 2ª e 3ª), sinto que perdi imenso tempo com essas pessoas (algumas até mais de 10 anos) a acreditar em amizades que desapareceram sem razão alguma (apenas falta de contacto deliberada), gostava que tivesse havido um motivo real para o fim dessas amizades, que acreditei que fossem realmente genuínas antes de as testar assim, mas não há razão plausível: as amizades morrem como plantas do jardim que não são regadas.
Será culpa só minha de não ter andado a "chatear" todas aquelas pessoas? será que é pedir demais que se tenham lembrado de mim?
Olho para trás e são emoções fragmentadas que doem, arrependo-me por ter entregado algo que para mim é valiosíssimo: o meu tempo, a minha confiança e minha amizade genuína.
Para essas pessoas a minha amizade não valeu nada, elas até já têm outras pessoas novas, mas eu apesar de saber que essas pessoas não merecem a minha amizade tenho dificuldades em seguir em frente e confiar outra vez nas pessoas.
Voltei-me a fechar e não me sinto preparada para voltar a ser amiga de alguém.
Aquelas "amizades" não me interessam, nada as farei para recuperar, aquelas pessoas não me fizeram realmente falta...mas fazem-me falta pessoas, afinal até os anti-sociais precisam de ter algumas amizades e ter alguém com quem falar. Sinto falta pessoas, mas não aquelas pessoas!
Sinto falta de poder conversar realmente com alguém e conhecer pessoas que partilhem algumas coisas que eu gosto de fazer, mas acima de tudo pessoas com quem eu possa falar e trocar ideias.
Talvez não seja anti-social mas anti pessoas estúpidas.