domingo, 3 de março de 2013

A passos para o abismo



(Sobre o tal famoso estudo do FMI que afinal não era do FMI mas tinha sido encomendado pelos neo-fascistas no poleiro desejosos de destruir a nação):

O FUNDO

"O que o Governo pretendia quando encomendou este estudo não era um documento com um mínimo de qualidade técnica, mas um documento ideológico que defendesse a destruição do Estado com uma sobrecapa que dissesse  FMI. O FMI não deverá ter levantado qualquer objecção. Imagino o técnico do FMI que recebeu a encomenda de Pedro Passos Coelho ("Oxalá todos os governos nos pedissem isto!", pensou). Foi por isso que tiveram o escrupuloso cuidado de não contactar alguém que pudesse pôr em causa os seus dados, os seus preconceitos, as suas conclusões...que o relatório não é sério já sabemos, que foi encomendado pelo Governo como uma conclusão prévia já sabemos. Que o FMI diz ter como exclusiva preocupação a estabilidade financeira mas que é, de facto uma organização ponta de lança do neoliberalismo, já sabemos...que as receitas preconizadas pelo FMI defendem a finança e destroem as pessoas, já sabemos, que o FMI acha que a democracia é uma praga social a erradicar, já sabemos, que as a maioria das medidas preconizadas no documento já tinham sido avançadas pelos lacaios mais servis da nossa praça, já sabemos. 
Portugal está a ser não apenas objecto de uma intervenção, mas de uma ocupação  por parte de uma entidade colectiva que, sob o pretexto da insolvência do estado português, sequestrou o Estado democrático e procede a pilhagem sistemática das riquezas das populações, com a conivência recalcitrante do CDS. Trata-se de dois partidos que, numa situação de emergência nacional, de dependência extrema dos credores internacionais , decidiram nem sequer tentar defender os interesses nacionais -em Portugal, na União Europeia ou outros foruns - e alinharam de armas e bagagens do lado do ocupante, colocando acima de tudo a satisfação das exigências desse ocupante, acima da lei, dos direitos, mesmo que para tal fosse necessário sacrificar a vida das populações, os serviços públicos construídos nas últimas décadas e a própria democracia. Chama-se a isto colaboracionismo. O PSD e o CDS são colaboracionistas activos ao serviço da execução da política da potência ocupante e da liquidação do Estado português."
José Vítor Malheiro, Público 15 de Janeiro

"Está em marcha um PREC ao contrário: a destruição de conquistas fundamentais que consideramos o legado da Revolução de Abril, como o Estado Social. Não tenhamos dúvidas de que estes senhores, se pudessem, acabavam com o Estado Social por decreto. A visão deles é um capitalismo selvagem, um individualismo extremo e uma selecção natural que deve executar-se para que as sociedades se desenvolvam .Mas o conceito de desenvolvimento deles nada tem a ver com o actual: um desenvolvimento sustentado com coesão social e solidariedade".

António Mega Ferreira

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