sábado, 3 de novembro de 2012

Os Europeus ainda mandam na Europa?

"Quase ninguém nota que os países europeus já não são regidos por instituições avalizadas pela legitimidade democrática, mas por uma série de siglas que as substituíram: o FEEF, o MEEE, o BCE, a ABE e o FMI assumiram o comando.  Só os iniciados decifram estes acrónimos, só os iniciados percebem quem faz o quê na Comissão Europeia e no Eurogrupo. Todos estes organismos têm um ponto em comum: não derivam de nenhuma constituição e não envolvem os eleitores nas tomadas de decisão. A indiferença com a qual os habitantes do nosso pequeno continente aceita que lhe seja retirado o seu poder político causa arrepios.
Que os tratados não são respeitados não é surpresa para ninguém, as regras existentes, como o princípio da subsidiaridade definido pelo tratado de Roma ou Claúsula de não resgate caem no esquecimento quando necessário...a abolição do Estado de Direito aparece de forma clara no Tratado que institui o MEE (Mecanismo Europeu de Estabilidade). As decisões dos pesos-Estados desta sociedade de resgate entram imediatamente em vigor no Direito Internacional sem aprovação dos parlamentos. Denominam-se governadores, como noas antigos regimes coloniais, e, tal como estes últimos, não têm justificações a dar à opinião pública. Em contrapartida não podem comunicar qualquer informação, o que faz lembrar  o omerta (Lei do Silêncio) do Código de Honra da Máfia. Os nossos "padrinhos" estão isentos de controlo judicial ou legal e desfrutam de um privilégio que nem um chefe da Camorra (máfia napolitana) tem- imunidade penal absoluta (em conformidade com os artigos 32 a 35 do tratado do MEE). A Espoliação política do cidadão começou com o euro, ou mesmo antes. Esta moeda e fruto de negócios políticos ilícitos que não tiveram em conta as condições económicas necessárias.


Jornal Der Hauptstadbrief Berlim por Hans Magnus Enzensberger na Courrier Internacional de Novembro, crónica: "Os Europeus ainda mandam na Europa?"