"O mundo vai mal. Mesmo -ou sobretudo - em matéria ambiental. O clima, os tufões, as calamidades, como os terramotos, a lixeira dos oceanos, o aquecimento da terra...As Cimeiras Ambientais não tomam medidas, por razões políticas e económicas, e os ambientalistas tendem a clar-se, porque não são ouvidos.
A globalização desregulada, a economia virtual, os negócios usurários, baseados nos paraísos fiscais, os mercados especulativos, que tendem a dominar os Estados soberanos, estão a pôr em causa as democracias europeias e não só. A ONU, na qual, no pós-guerra, se depositram tantas esperanças, não tem coragem d eintervir quando é necessário (vide o caso escandaloso da ditadura síria e tantos outros).
As grandes potências começam a sentir as dificuldades do capitalismo de casino.
O universo árabe, que parecia ter entrado numa «primavera democrática», afinal está submerso em guerras religiosas que pdoem tornar-se graves...Para além do conflito Palestina-Israel que tem por perto o Irão, que espreita uma oprtunidade.
A União Europeia, que há tr~es anos parecia ser um farol de progresso e um modelo para o mundo, entrou em descrédito, com as suas instituições apáticas e paralisadas.
Começou com a crise grega, seguiram-se a irlandesa, a portuguesa e a cipriota, agora a espanhola e a italiana, depois talvez a francsea. resta a Alemanha, da chanceler Merkel, que corre de um país para o outro sem saber o que fazer. Só em agosto, mês de férias, foi duas vezes à China...
Portugal infelizmente, também vai mal. O governo neoliberal, mais papista do que a troika, tem imposto meidas de austeridade devastadoras para a população com a intenção de diminuir o défice. mas mais de um ano depois, a situação ficou muito pior do que estava. A recessão aumentou, com a falência de empresaso país empobreceu, o desemprego cresceu devastadoramente e, ao contrário don esperado, a previsão do défice de 2012 até aumentou dos 4,5% para os 5,8% ou os 9,5% do PIB segundo dizem os jornais.
Além disso, o primeiro-ministro parece muito contente com a ação ou inanação do Governo...para o ano vai estar ainda melhor, disse.
Vai haver privatizações - graves como disse, e bem, a ministra da Justiça - dos Correios e Telégrafos, TAP, Estaleiros de Viana, Águas de Portugal, etc. medidas a retalho, não se sabe quem a spaga e por quanto.
[..] Pobre país, dirão os portugueses mais atentos. o futuro que se lhes apresenta não será nada brilhante. É preciso, portanto, que os portugueses tomem consciência disso e ajam em conformidade. Já que não podemos mudar o Mundo, nem sequer a Europa sejamos ao menos capazes de mudar Portugal".
Mário Soares in Visão nr 1028