sexta-feira, 21 de setembro de 2012
A minha análise sobre a austeridade
De início, muito devido à lavagem cerebral dos media mainstream, e à ignorância generalizada (que foi apesar tudo uma escolha pois numa era da informação só é ignorante quem quer), receber a tal bendita "ajuda do FMI"era a única opção para nos financiarmos senão iríamos para a bancarrota, em contra-partida teríamos de pagar a dívida e os juros e as comissões por isso a austeridade era assim apontada como o remédio milagroso para a nossa situação, não havia outra solução...senão aceitássemos isso sairíamos do Euro,talvez da União Europeia e entraríamos em bancarrota, ficaríamos com a conta zerada e a pobreza alastraria de repente, as consequências seriam catastróficas...a chantagem funcionou, e até agora os portugueses acreditavam cegamente nessa solução.
O método do FMI é bem conhecido: durante a sua intervenção submete os países a medidas de austeridade, retira direitos à população e como o que quer é dinheiro para a dívida e para os juros desmantela o Estado do bem.-estar social, os dinheiros dos contribuintes antes usados para acesso gratuito e de qualidade à educação ou saúde têm então de ser canalizados para a dívida e para os juros, outros impostos directos ou idirectos são aumentados e inventam-se novos também, o custo de vida aumenta e os ordenados são cortados...todo o seu dinheiro tem um fim: pagamento de dívida e juros.
Assim o país tem de vender as "jóias da coroa", como empresas estatais para pagar a tal dívida, é-nos dito que muitas dão prejuízo...mas quem quereria comprar uma empresa que dá lucro? Assim venderam-se empresas estratégicas nacionais a estados estrangeiros como a energia (REN e EDP) à China, logo a EDP e REN que tinham lucros, depois também querem privatizar a água, etc, etc. Quando venderem o país todo aí é que não vamos ter forma de nos financiar, o estado não terá receitas e depois digam adeus de vez à saúde pública e educação pública. Excusado será dizer que depois de ser roubado tudo o que puder deixam o país na miséria e desmantelado sem forma de se auto-financiar. Mas é aí que o primeiro-ministro Passo Coelho teve a lata de dizer que "só saimos desta situação empobrecendo", pede aos portugueses para serem menos piegas, o cândido objectivo desta intervenção é estimulara economia mas só criam mais desemprego (num ano o desemprego subiu de 12% para 16%), mas eles dizem-se surpreendidos que não sabem porquê mas que "estamos num bom caminho" e temos de cumprir o acordo com a troika "custe o que custar" e também "que se lixem as eleições" porque o que ele quer é salvar Portugal e estas medidas são necessárias e como senão bastasse o "desemprego é oportunidade". Ao mesmo tempo o batalhão de betos da JSD afirma sem pudor lutra contra os direitos adquiridos e fala-se em acabar com o Tribunal Constitucional.
Agora, citando Passos Coelho:
"evidentemente são criar emprego, tornar empresas portuguesas competitivas e acrescentar valor à economia portuguesa, de modo a poder distribuir melhor essa riqueza por todos", corrigindo o "fosso" entre ricos e pobres." (ler: jn).
Mas todos os relatórios internacionais e as notícias alertam e dizem que Portugal é o único país em que a austeridade exigiu mais aos pobres que aos ricos sendo agora o sexto país mais desigual do Mundo, quando as reformas douradas duplicaram e é um dos países europeus cujos salários mínimos são os mais baixos...já os ordenados máximos são estratosféricos e indecentes como aqueles que auferem os chulos da nação.
Relatórios internacionais arrasam a classe política mostrando os elevados níveis de corrupção.
Os coveiros da nação continuam impunes e prova-se que esta dívida é filha da corrupção.
Depois de os portugueses verem com os próprios olhos que só estão a empobrecer e são sempre os mesmos a pagar pelos erros de alguns que nos cavam a sepultura a mentira não pegou mais, o governo descredibilizou-se, ganhou as eleições mentido como tal é ilegítimo.
Os portugueses estavam dispostos a aceitar sacrifícios se fossem para todo e se realmente servissem para alguma coisa, nomedamente sair da crise, mas agora vêm, e bem, que o país só se está a afundar e cada dia que passa há mais desemprego que nunca!
Sem ajuda externa entramos em default e é bancarrota...mas e neste tal "bom caminho"? não tenho dúvidas é bancarrota, mas devagarinho! Não há luz ao fim do túnel com estas medidas suicidas, e estes governantes que estão a pôr os últimos pregos no caixão de Portugal sabem-no bem, não duvidem que estão à espera de um tacho como o Barroso e o Guterres lá fora depois de afundarem o barco, têm sido uns bons servos da troika e serão merecidamente compensados.
Já ninguém acredita mais nestas mentiras, o desemprego só vai aumentar e a miséria alastrar....mas até agora a receita milagrosa deste governo é que vamos empobrecer, destruir a economia e ficar mal, mal, mal...quando batermos no fundo fazemos ricochete e o creciemento acontece como artes mágicas!
As pessoas já não acreditam e não aceitam esta política, e o Passos que há tempos nos elogiou a paciência parece ter abusado da dita pciência e do povo dos brandos costumes que finalmente percebeu que caminha a passos largos para um preciício que o levará para o abismo...e se sito continuar assim constata-se que a nossa democracia não passa de uma ilusão.
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Opiniões de músicos acerca da austeridade para a revista BLITZ (leitura altamente recomendada, quanto a mim estes músicos falam bem melhor que muitos politigólogos e comentadores):
Hélio Morais: "um país a contrato que está a recibos verdes"
"Toda a gente sabe, tudo isto vem do tempo de [primeiro-ministro] de Cavaco [Silva]. Ele penhorou as pescas, a agricultura, penhorou tudo. Agora estamos a só a colher os frutos do dinheiro fácil que 'recebemos' na altura, em troca de uma penhora de produção nacional. Devia haver uma responsabilização assumida pela União Europeia, porque as quotas foram negociadas em conjunto e isto não foi feito de forma inocente.
Passos Coelho deve estar a preparar-se para conseguir um cargo como o de Durão Barroso, e por isso baixa a cabeça cada vez que uma coisa nova lhe é imposta pelo FMI e por quem nos controla neste momento."
Adolofo Canibal: "estamos mais próximos de um banho de sangue que ficar de braços cruzados"
Camané
Fernando Ribeiro: "política do vale tudo"
"Como votantes elegemos representantes, mediadores, a quem estamos a pagar, e que estão a prestar um péssimo serviço à nação. Estão mais interessados em servir interesses, em colocar o país numa armadilha tecnocrática e económica."
Zé Pedro:
"Eu não percebo se estas medidas [de austeridade, anunciadas pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e pelo ministro das finanças, Vítor Gaspar] vão levar a algum lado, ou se têm algum cabimento no contexto atual. O que me choca é nunca serem anunciados, antes de mais, cortes de alguns privilégios que governantes e administradores têm.[...]Não sou economista. Mas esse também é um dos trunfos que os governantes têm sobre nós, falar de coisas que não entendemos: 'paga agora e depois logo vê se resulta'. As pessoas estão desacreditadas nos partidos políticos. Hoje em dia não têm problemas em chegar à televisão, entrar pelas casas das pessoas e dizer: 'agora precisamos de dinheiro porque afinal desapareceu ali daquele lado'".