quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O suicídio colectivo da austeridade



"Anunciada a redução da TSU para as empresas, paga com um novo «imposto» sobre os trabalhadores, ficará para a História como uma das maiores asneiras de todos os tempos.
[...]A solução «criativa» que o Governo inventou para compensar a redução da Taxa Social Única é de uma insanidade inexplicável face à conjuntura actual.
Com a decisão de colocar os trabalhadores a pagarem a redução da TSU para as empresas, o Governo não só cortou o rendimento mensal disponível das famílias, como, pior ainda, transformou o que poderia ser uma medida de estímulo ao crescimento e à criação de emprego (a baixa de TSU, financiada de outra forma) num instrumento de suicídio colectivo.
[...]Isto é não só criminoso como vai obrigar as empresas  a terem de gerir conflitos laborais que nunca pediram a troco de coisa alguma, porque a esmagadora maioria delas não quer, e tem fortes razões para não querer, esta solução de redução da TSU.
[...]Opera-se aqui uma espécie de transferência de riqueza dos trabalhadores para os accionistas, estranhamente decretada pelo Governo.
[..]Será marginal o número de empresas que beneficiará com esta baixa da TSU.
[...]Uma quebra de vendas resultará claramente da perda de compra determinada por esta medida do Governo e que fará com que estas empresas não tenham também qualquer motivo para contratar quem quer que seja. Mas o inverso, o despedimento, irá acontecer.
Este «jogo», de TSU por salário, empobrecerá ainda mais as famílias e fará quebrar novamente o consumo. Vai fazer disparar as falências e o desemprego.Vai abrir novos buracos nas receitas fiscais e da Segurança Social. E vai, em 2013, tal como já conteceu este ano, inviabilizar o cumprimento das metas acordadas com os nossos credores externos.
[..]Estamos todos, esforçada e penosamente, a combater uma crise económica e financeira particularmente difícil para manter o essencial da sociedade que hoje conhecemos? ou estamos já, muito para além disso, numa cruzada de refundação do regime económico, político e social em que o cenário de destruição maciça de empresas e empobrecimento generalizado da poulação são danos que alguém considera aceitáveis, numa equação ideológica maior?"

Pedro Camacho inVisão nr 1020


Não haja dúvida que a imaginação para ir ao bolso dos portugueses por parte deste governo, supera em muito, a imaginação de muitos carteiristas.

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Caro PM