sexta-feira, 27 de julho de 2012
97% do gelo da Gronelândia derrete em 4 dias!
Acho esta notícia extremamente assutadora e por isso decidi partilhar a notícia que saiu no Público de dia 26 de Julho:
"Não é apocalipse mas todos os olhares focaram-se na Gronelândia depois de, ontem, a NASA anunciar que quase toda a camada de gelo da maior ilha do mundo tem estado a derreter a um ritmo nunca antes observado. O fenómeno, que aconteceu em apenas quatro dias, terá sido provocado por uma excepcional massa de ar quente situada por cima do Árctico.
Nunca se tinha observado nada parecido antes, apesar de haver registos na calote de gelo que denunciam que esta não é uma situação inédita e já aconteceu no passado. E não se sabe se o derretimento vai continuar a ser tão acelerado durante o resto do Verão, ou se a temperatura vai descer levando a que esta tendência se inverta. Mas os cientistas questionam-se sobre as consequências deste derretimento que poderá estar associado às alterações climáticas.
Son Nghiem, cientista da NASA, estava a estudar dados da monitorização remota das calotes de gelo na Terra e quando analisava dados do satéliete, apercebeu-se que, a 12 de Julho, a gronelândia estava a sofrer um derretimento impressionante do gelo numa área enorme. "Era tão extraordinário que primeiro questionei aqueles resultados: será que eram reais ou eram o produto de um erro de dados?", lembra o cientista num comunicado da NASA. Os dados confirmaram-se: entre 8 de Julho e 12 de Julho, a área de gelo que estava a derreter passou de 40% para 97%.
A Gronelândia, uma região autónoma da Dinamarca, é a maior ilha da Terra (a Austrália é um continente), tem 2,1 milhões de quilómetros quadrados, cerca de 1/4 da área do Brasil. destes 1,7 milhões de quilómetros quadrados estão cobertos de gelo que se acumulou ao longo de centenas de milhares de anos. É uma enorme calote que, no seu pico, atinge os 3 km de espessura e tem um volume de 2,85 milhões de quilómetros cúbicos. Só a Antárctica ultrapassa este volume este volume de gelo que está assente em terra. Se toda a água congelada da ilha derretesse e se diluísse nos oceanos, o nível médio do mar subiria 7,2 metros, inundando cidades costeiras um pouco por todo o mundo.
Todos os anos, durante o verão Arctico, as temperaturas sobem o suficiente para que haja fusão das neves e dos gelos. Por outro lado, muito do gelo que se funde nunca alcança o mar e acaba por voltar a congelar quando as temperaturas baixam.
Por isso, a área de derretimento de 40% registada a 8 de Julho, já era considerada um pico para o Verão. Esta fusão tem sido suficientemente grande para que, ano após ano, a Gronelândia perca mais gelo que se funde durante a estação quente do que ganha gelo durante o Inverno.
"O que aconteceu foi uma fusão anómala da massa de gelo da Gronelândia. A película superficial de gelo fundiu muito mais nas últimas semanas. É surpreendente porque este fenómeno nunca tinha sido observado desde os dados de satélite. Mas não é um sinal apocalíptico", afirma Gonçalo Vieira, investigador do centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa. Este derretimento específico está associado a uma massa de ar quente que se instalou por cima da ilha a 8 de Julho e que se afastou a 16 de Julho. mas não se sabe se é simplesmente um fenómeno muito raro ou é mais uma consequência das alterações climáticas provocadas pelo aumento da emissão dos gases com efeito de estufa.
As colunas de gelo perfurado na Gronelândia, que são analisadas pelos cientistas, mostram que este fenómeno não é único. A última vez que houve um derretimento tão abrangente foi em 1889, há exactamente 123 anos. Os cientistas verificaram que estes espisódios raros acontecem em intervalos de tempo médio de cerca de 150 anos. neste contexto, o que se passou há quase duas semanas não está desfasado deste ciclo. Mas Gonçalo Vieira tem dúvidas: " Pode ser um episódio desse tipo [raro e cíclico], mas a minha opinião é que é um acumular de fenómenos ligados ao aquecimento global".
Há menos de duas semanas, um pedaço de gelo com 120 quilómetros quadrados, ou seja, maior do que a cidade de Lisboa , separou-se do glaciar Petermann. um dos maiores da ilha. Enquanto a fusão da superfície do glaciar está relacionada com as temperaturas da atmosfera, o desprendimento de pedaços de icebergs é fruto de um aquecimento que se está a verificar nas águas do oceano Atlântico.
Gonçalo Vieira explica-nos que até há pouco tempo pensava-se que os glaciares eram muito mais resistentes às alterações climáticas e que as transformações que se davam neles eram em escalas superiores à da vida humana.Mas a monotorização e os modelos mais recentes estão a mostrar que as mudanças podem ser muito mais rápidas e imprevisíveis.
O derretimento da permafrost, a parte do gelo que está congelada, também pode libertaram uma quantidade de gases com efeito de estufa enorme que pode acelerar ainda mais as mudanças climáticas.
Os efeitos deste derretimento espisódico que se deu a 12 de Julho são difíceis de antecipar, mas, a longo prazo, o degelo pode ter consequências não só no aumento do nível médio do mar como pode alterar as correntes marítimas como a corrente quente do Golfo, que traz um clima temperado para a Europa."
Isto é assustador! O aquecimento global não é uma miragem e mostra-se mais rápido que alguma vez pudéssemos supor! Enquanto o Mundo agoniza e o gelo derrete, sobem as temperaturas e as pessoas deleitam-se com o verão contínuo e temperaturas altas...e empresas petrolíferas como a Shell querem extrair óleo do Árctico! Incrível não é? aproveitarem-se do facto de o Árctico derreter para extrair petróleo para nós usarmos nas nossas actividades quotodianas idiotas e poluentes...e isto porque ainda há pouca vontade em mudar o paradigma energético descarbonizando-o e tornando a energia mais verde...os lóbies económicos são poderosos...mas no fim, nós simples consumidores, somos a engrenagem deste sistema sem escrúpulos!
Ora bem o que aconetece se o gelo derreter? a Terra perde o seu albedo (grau de reflectividade) e assim menos radiação é retida em vez de emitida de novo para o espaço...gera-se mais calor o que aumenta de novo o derretimento de calotes polares e aquecimento global...a água mais quente também derrete o gelo mais facilmente....e o que dizer de toda a quantidade de água doce que é largada para o mar? os padrões de salinidade alteram-se e podem parar correntes oceânicas de importância vital para a vida na Terra e para os nossos padrões climáticos, uma delas é a corrente Termohalina, que regula a temperatura e transporta nutrientes...tudo isto tem um balanço meticulosamente acertado que dura há milhares de anos e que está a ser perturbado violentamente de repente...se a corrente Termohalina parar entramos numa Nova Era do Gelo...e a última meus caros, durou 10 mil anos! Ou seja, estamos a condenar o Mundo à sua aniquilação porque temos inércia em encarar a realidade e de a mudar?
Petições para salvar o Árctico:
Avaaz
Greenpeace
Pior é este novo estudo que diz qe o gelo no Árctico pode desaparecer em 2016...
http://greensavers.sapo.pt/2013/12/18/artico-podera-deixar-de-ter-gelo-no-verao-em-2016/