quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Estamos num cenário de terceira guerra mundial?
Li uma entrevista no jornal i de 14 de Fevereiro e acho que muitas coisas se enquadram no post que fiz sobre o manifesto anti-americano (clicar:manifesto-anti-americano).
Não sou anti-americana, de todo, o meu maior intuito é depositar nos americanos a esperança da mudança pois se enquanto sociedade eles mudarem de atitude poupavam-se muitas guerras, mortes desnecessárias, apostava-se num futuro verde e sustentável investindo-se em energias renováveis em vez de invadir outros países e controlar a extracção de petróleo e garantia-se a paz mundial.
Os americanos são 5% da população mas produzem mais lixo e emitem mais gases poluentes que qualquer outra nação, é assim urgente que mudem de atitude.
Não concordo com tudo o que é dito na entrevista e até há coisas ditas lá que desconhecia, e dado a sua gravidade, custa-me a crer que sejam verdade de tão más que são.
No entanto acho importante partilhar coisas que saem ao filtro regular dos media que nos impingem as coisas de certa maneira ocultando o lado que não convém aos governos.
Por isso aqui seguem-se excertos da extensa entrevista:
Michel Chossudovsky é um professor de economia na Universidade de Otava e presidente e director do Centre for Research on Globalization em Montreal, Canadá, licenciou-se em economia pela Universidade Manchester e é doutorado na Universidade da Carolina do Norte e falou ao jornal i sobre uma possível terceira guerra mundial, de que fala no seu livro "Towards a World War III Scenario: The Dangerous of Nuclear War". Crítico da fortificação militar dos Estados Unidos estão a construir em torno da China, o professor canadiano da Universidade de Otava defende que a opinião pública é fundamental para evitar uma guerra mundial.
i: Diz no seu livro que a guerra com o Irão já começou e que os Estados Unidos estão à espera de um rosto humano para lhe dar. Acredita que os objectivos políticos e geostratégicos de Washington podem levar-nos a uma guerra nuclear com consequências para toda a humanidade?
MC: Não quero fazer previsões e ir além do que aconteceu. Tudo o que posso dizer, e tenho vindo a dizê-lo de forma repetida, é que a preparação para a guerra está a um nível muito elevado. Se será levada a cabo ou não é outro patamar, e ainda não o podemos afirmar. esperemos que não.Mas temos de considerar seriamente o facto que este destacamento de tropas é o maior da história mundial. Estamos a assistir ao envio de forças navais, homens, sistemas de armamento de ponta, controlados através do comando estratégico norte-americano em Omaha, Nebrasca, e que envolve uma coordenação entre EUA, NATO e forças israelitas, além de outros aliados no golfo Pérsico. Estas forças estão a postos. isto não significa necessariamente que vamos entrar numa 3ª Guerra Mundial, mas os planos militares na Pentágono, nas bases da NATO, em Bruxelas e em Israel estão a ser feitos. E temos de os levar muito a sério. tudo pode acontecer, estamos numa encruzilhada muito perigosa e infelizmente a opinião pública está mal informada. Dão espaço a Hollywood, aos crimes e a todo o tipo de acontecimentos banais, mas no que toca a este destacamento militar que poderá levar-nos a uma 3ª Guerra Mundial, ninguém diz nada. Isso é um dos problemas, porque a opinião pública é muito importante para evitar esta guerra. E isso não está a acontecer, as pessoas não se estão a organizarem para se oporem à guerra. Isto não é uma questão política, é um problema muito mais vasto e tenho de dizer que os meios de comunicação ocidentais estão envolvidos em actos de camuflagem absolutamente criminosos. Só o facto de alinharem com a agenda militar, como estão a fazer na Síria, onde sabemos que os rebeldes são apoiados pela NATO, na Arábia Saudita e em Israel, e como fizeram na Líbia, é chocante do meu ponto de vista, porque as mentiras que se criam servem para justificar uma intervenção humanitária.
i: Em vez de uma guerra nuclear, não podemos assistir a um cenário semelhante à Guerra Fria, com os EUA e a União Europeia e Israel de um lado e a China, Rússia e o Irão do outro?
Esse cenário já é visível. A NATO e os EUA militarizaram a sua fronteira com a Rússia e a Europa de Leste, com os chamados escudos de defesa antimíssil - todos esses mísseis estão apontados a cidades russas. Obama sublinhou em declarações recentes que a China é uma ameaça no Pacífico - uma ameaça a quê? A China é um país que nunca saiu das suas fronteiras em 2 mil anos. Eu sei, porque ando a investigar este tema há muito tempo, que está a ser construída toda uma fortaleza militar à volta da China, no mar da península da Coreia, e que o país está cercado, pelo menos na sua fronteira a sul. Por isso a China não é a ameaça. Os EUA são a ameaça à segurança da China. E estamos numa situação de Guerra Fria. Devo mencionar, porque é importante para a UE, que, no limite, os EUA, no que toca à sua postura financeira, bancária, militar e petrolífera, também estão a ameaçar a UE. Estão por trás da destabilização do sistema bancário europeu.
i: E a colocação de mais tropas em torno da China vai trazer mais tensão à região?
MC: Quanto a isso não tenho dúvidas, porque os EUA estão a aumentar a sua presença militar no Pacífico, no oceano Índico e estão a tentar ter apoio das Filipinas e de outros países no Sudeste Asiático, como o Japão, a Coreia, Singapura e Malásia. Portanto Washington está a formar uma extensão da NATO na região Ásia- Pacífico, direccionada contra a China. Não há dúvidas quanto a isto. E não se vence uma guerra contra a China. É um país com uma população de 1,4 mil milhões de pessoas[...]E toda a gente vai perder esta guerra[..] este tipo de confronto entre superpotências - incluindo o Irão que é uma potência regional no Médio Oriente, com uma população de 80 milhões de pessoas- poderá levar-nos a uma guerra mundial. E digo isto porque os EUA e os seus aliados implementaram as chamadas armas nucleares tácticas - mudaram o nome das bombas e dizem que são inofensivas para civis, o que é uma grande mentira [..]. Se quiser posso fazer uma analogia, é a mesma coisa que dizer que fumar é bom para a saúde, mudaram o rótulo e chamaram-lhes bombas humanitárias, mas têm uma capacidade destrutiva seis vezes superior à de Hiroxima.
i: Mas a maior parte das pessoas não parece consciente da gravidade do cenário...
MC:A ironia é que a terceira guerra mundial pode começar e ninguém estará sequer a par, porque não vai estar nas primeiras páginas. Na verdade a guerra já começou no Irão[..]. Há uma guerra da moeda em curso - isto faz parte da agenda militar. Destabilizando-se a moeda de um país destabiliza-se a sua economia[..]. Querem a mudança de regime, o colapso das petrolíferas, apropriar-se dos recursos do país.
i: Acha que o Ocidente pode lançar um ataque preventivo contra o Irão mesmo sem provas?
MC: Claro que sim! Olhe para a história dos pretextos para lançar guerras. Olhe para trás, para todas as guerras que os EUA começaram, a partir do século XIX. O que fazem sistematicamente é criar aquilo que chamamos incidente provocado para começar a guerra. Um incidente que lhes permite justificar o início de um conflito por motivos humanitários. Isto é muito óbvio. Em Pearl Harbor, por exemplo, sabe-se que foi uma provocação, porque os EUA sabiam que iam ser atacados e deixaram que tal acontecesse. O mesmo se passou com o incidente no golfo de Tonkin, que levou à guerra do Vietname. E agora são vários pretextos contra o Irão: as alegadas armas nucleares são um, o outro é o alegado papel no 11 de Setembro[..].
i: Pode explicar às pessoas de uma forma simples a relação entre guerra contra terrorismo e a batalha pelo petróleo?
MC: A guerra contra o terrorismo é uma farsa, é uma forma de demonizar os muçulmanos e é também a criação, através de operações em segredo dos serviços secretos, de brigadas islâmicas, controladas pelos EUA. Sabemos disso! Estas forças, ligadas à Al-Qaeda, são uma criação da CIA de 1979. Por isso a guerra contra o terrorismo é apenas um pretexto e uma justificação para lançar uma guerra da conquista. É uma tentativa de convencer as pessoas de que os muçulmanos são uma ameaça e de que estão a protegê-las e para isso têm de invadir países perigosos, como o Irão, o Iraque, a Síria e a Coreia do Norte, que perdeu 25% da sua população durante a Guerra da Coreia[..]. Os americanos são um pouco como a inquisição espanhola. Aliás piores! O que mais me choca é que os EUA conseguem virar a realidade ao contrário, sabendo que são mentiras e mesmo assim acreditando nelas. A guerra contra o terrorismo é uma mentira enorme, mas todas as pessoas acreditam [..] Por isso esta guerra é contra a verdade, muito mais séria que agenda militar. Contra a consciência das pessoas - parece que ninguém está autorizado a pensar.
Os comentários a isto, que valem o que valem: não estou segura de que o Irão não tenha armas nucleares sendo o presidente iraniano o primeiro a assumir que visita instalações nucleares, e até tira fotografias das suas aparições públicas nesses locais...mas até agora dizem que é só para uso energético. No entanto ao insurgirem-se contra a presença de navios da NATO no estreito de Ormuz dizem que caso lá continuem todo o Ocidente vai lamentar o que se vai suceder...
Há uns anos atrás lembro-me de ser notícia que o actual presidente iraniano foi eleito com fortes suspeitas de adulteração de votos e que as manifestações anti-regime foram caladas. O Irão é um país sem liberdade de expressão, mas os EUA, controlados pelo media tendenciosos talvez também não sejam o melhor exemplo...
Também há uns anos (vi num documentário da National Geographic) os americanos, com o trauma de disparar e ver ameaças à sua segurança em todo o lado, lançaram um míssel sobre um avião que sobrevoava os céus iranianos e que pensavam ser inimigo...era só um avião de passageiros, mais de 300 pessoas morreram...
Já a Coreia do Norte é ou não uma ameaça? os media divulgam a ideia que sim, certo é que são dos países do mundo mais militarizados controlados por uma dinastia comunista tirana e onde não há qualquer tipo de liberdade. Pondo as coisas nesta perspectiva é tentador pensar que os EUA e a NATO estariam interessadas em implementar democracia no Mundo inteiro para libertar os povos oprimidos...mas a verdade é que nos EUA a democracia também é de fachada e só obedece a lobbys e interesses dos mais poderosos: por exemplo a NATO bombardeia a Líbia para libertar as pessoas do ditador, mata civis, destrói um país os governos novos são rebeldes apoiados pelos americanos e voltam a tiranizar o povo, mas agora obedecendo a interesses dos EUA. Não esquecer: a saúde nos EUA é um negócio, totalmente privada...na Líbia era público e gratuito, e de qualidade (o-que-os-media-nao-mostraram-da-guerra)...
Quanto às organizações terroristas como a Al- Qaeda custa mesmo a crer que tenham sido inventadas pela CIA, mas não descarto essa hipótese, o 11 de Setembro continua a estar envolto em mistério...
Quanto aos jihadistas, que apregoam a Guerra Santa, infelizmente existem mas acho que foi do ódio generalizado que têm ao Ocidente pelas invasões que sofrem e infligem tantos danos a civis que fez generalizar esse comportamento.
Já a invasão do Iraque também era por causa de armas nucleares e no fim ninguém encontrou armas algumas...
A Guerra Santa do Al Corão é semelhante à Guerra Santa da Bíblia só se invertendo os inimigos. Nunca li o Al Corão mas já li a Bíblia dos cristãos, e ela transborda de ódio, no entanto, não seria racional nos dias de hoje levar aquelas escrituras à letra num contexto actual.
Não há dúvida alguma que os muçulmanos são pessoas pacíficas e respeitadoras, especialmente os imigrantes, que só querem sentir-se ligados a Deus e ao contrário de outras religiões, não a impingem aos outros como muitas outra religiões cujo objectivo é converter os outros à sua fé.
Quanto à China será uma ameaça? eu penso que a nível económico sem dúvida que sim! Ao comprarem várias empresas de outros países, dívidas soberanas e empresas estratégicas como a energia e águas de estados estrangeiros não só retiram soberania a esses países como os podem vir a controlar...
(china-europa china-megapotencia made-in-china).
Vejam só esta imagem:
O cartaz anterior diz: "anti-war means anti-american support our troops" ou seja "ser contra a guerra significa ser contra a América, apoie as nossas tropas". Que lavagem cerebral! Como podem "pensar" assim? é no mínimo chocante...mas o que pensar da nação mais rica do mundo, cuja maior indústria é mesmo o armamento...
Os americanos parecem ser uma grande ameaça: para a paz no Mundo (visto serem o país que mais guerras semeou e o país que mais investe em armamento), uma ameaça para o ambiente (devido à poluição e à inércia em deixar os combustíveis fósseis e assinar o protocolo de Kyoto) mas também para os próprios americanos.
Nenhuma outra nação foi tão imperialista, semeou tantos conflitos e mentiras, ocultou tantas verdades como os EUA isso já é uma verdade universal, e o Mundo está a começar a ficar um pouco farto de "americanices"...
A História ensinou-nos que a Guerra não traz nada de bom, eu acho que cada indivíduo deveria de se opôr a lutar em Guerras, pegar em armas e matar.
Não há nenhum caminho para a paz a paz é o caminho.
Notícia: China tornou-se no maior exército do Mundo: china-aumenta-o-seu-orcamento-de-defesa
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