Nova lei laboral implica, entre outras coisas, as seguintes reformas:
*recurso a horas extraordinárias pagas e consequente redução da massa salarial dos trabalhadores
* redução para metade do pagamento de horas extraordinárias e do trabalho realizado aos fins de semana e aos feriados
*fim do descanso compensatório
*menos 4 feriados (2 religiosos: corpo de Deus e Assunção de Nossa Senhora e o 5 de Outubro que celebra a implantação da República e o 1 de Dezembro da Restauração da Independência).
*despedimento por inadaptação
*facilitação do despedimento
*corte no subsídio de desemprego
*menos férias
*diminuição de indemnizações
Então é esta a nova lei laboral que faz parte do acordo de concertação social, que é um retrocesso nos direitos dos trabalhadores adquiridos após o 25 de Abril, e que vai empurrar ainda mais gente para o desemprego e para a miséria com cortes no subsídio de desemprego e indemnizações, para além de passar a ser possível despedir sem justa causa, ou como preferem dizer: "despedimento por inadaptação" (engraçado o Sr. Catroga faltou a cerca de metade das reuniões da EDP e foi promovido...um trabalhador normal esse sim seria despedido. Assim para despedir um trabalhador se o patrão lhe traçar objectivos inatingiveis será fácil despedir...já para não falar da nova lei das rendas: "2 meses sem pagar: despejo", mas 2 meses sem receber ordenado não conta?
Esta lei laboral só pode ter ido para a frente com consentimento de um dos sindicatos, a UGT- o chamado "sindicato dos ricos", estando a CGTP- o chamado sindicato dos pobres de fora.
Engraçado foi ter lido numa revista (visão) que o Sr. José Relvas, ministro adjunto dos assuntos parlamentares e o secretário geral da UGT João Proença serem os dois maçons assumidos...um maçon do lado do governo e outro dos trabalhadores? imagine-se as conversas que terão tido nas suas reuniões ultra secretas que vão decidindo o destino do país...
Ora bem, para o nosso Presidente da República este é um acordo de fazer inveja: "Tivemos duas avaliações feitas pela 'troika', há documentos produzidos, há reformas, há um acordo de concertação social que alguns podem até invejar"
Sem dúvida que condições de trabalho invejáveis vão ter os trabalhadores portugueses (os mais mal pagos da Europa Ocidental), e que inveja terão os capitalistas estrangeiros de Portugal ter conseguido aplicar tal acordo sem uma contestação social à altura...continuem a pôr-se mansos que assim é que vamos longe!
"Actualmente, a democracia é para a UE um vago empecilho que coloca obstáculos à aplicação de programas de 'ajustamento' em que nenhum eleitorado votaria" Luciano Amaral in Diário Economico
"Não há empresas competitivas a pagar 400 euros aos trabalhadores. Essas empresas não prestam" José Reis, economista do Jornal de Negócios