quinta-feira, 8 de março de 2012

Novo pacto Orçamental e novo referendo na Irlanda



É incrível como a democracia parece já se ter desvanecido, até porque são as próprias pessoas que não se importam para o abismo para onde Portugal tende a ir.

A Direcção da revista SÁBADO  de 1 a 7 de Março:

Editorial

"EM PORTUGAL É TUDO MUITO FÁCIL.  Para o primeiro-ministro Pedro Pssos Coelho, bastou chegar a Bruxelas, assinar um pacto orçamental que compromete o País a nunca mais ter um défice estrutural superior a 0,5% e depois encenar uma ratificação formal no parlamento português. O assunto não é discutido e não é votado. os portugueses não são consultados. E assim não há chatices. A melhor maneira de evitar divergências é evitar votações, referendos, consultas populares e outras coisas incómodas da democracia.
É claro que há outros países que têm um pouco mais de respeito pelo povo e um pouco mais de consideração pelos eleitores. Na Irlanda - que tal, como Portugal, está sob resgate da troika - o Governo também é favorável ao pacto orçamental. Na Irlanda - que, tal como Portugal, precisa do dinheiro da União Europeia - o pior que poderia acontecer seria a suspensão da ajuda internacional. Mas na Irlanda -que tal como em Portugal, é uma república democrática - o partido no poder considerou que não lhe cabe a si decidir sozinho o futuro do País nos próximos 50 anos. mesmo sendo contra o referendo, o primeiro- ministro consultou a procuradora-geral da República para saber se esta decisão poderia ser tomada no Parlamento. E a resposta foi não. Por muito incómodo que isso possa provocar aos políticos, o pacto será referendado. E serão os eleitores a decidir o futuro do País. nas democracias costuma ser assim"


"Um acordo inútil e perigoso: Portugal prepara-se para assinar um acordo internacional, o chamado Pacto Orçamental, que não pode em nenhuma circunstância cumprir: obriga-se a não ultrapassar um défice estrutural de 0,5% e a ter uma dívida pública abaixo dos 60% do produto Interno bruto (PIB).O resto são sanções pesadas para os incumpridores, para as quais, no meio da nossa miséria, mais vale já preparamo-nos. Porque o que assinamos, repito, é impossível de cumprir, a não ser deixando o País completamente enxague, muito mais do que já está[..}Porque não podemos dizer que não a Merkel e a Sarkozy?[..]um pouco de lucidez deveria levar a perceber que este acordo que vamos assinar, sem debate público e como condenados no pelourinho, é o mecanismo ideal para afastar Portugal e Grécia do euro e da Europa, com o resto da Europa a lavar as mãos. Então eles não assinam?"
artigo de Opinião de José Pacheco Pereira, revista SÁBADO de 2 a 8 de Fevereiro

Será mesmo isto uma forma elegante de nos tirar do Euro sem grandes tumultos e confusões? pelos vistos é bem possível...até lá os bancos alemães vão lucrando com os juros e consolidando a sua economia...se sairmos do Euro é miséria garantida, eu nem quero pensar nisso...mas se continuarmos muito provavelmente continuaremos assim já que a UE tem políticas injustas que já aqui referi inúmeras vezes como as de não podermos produzir quase nada e terem incentivado o abate da indústria naval portuguesa e frotas pesqueiras...mas com amigos destes alguém precisa de inimigos?