quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Escândalo na corte espanhola

Retrato de uma família feliz (da esq para a direita):rei de Espanha e sua esposa, uma das filhas dos reis, o genro do rei acusado de corrupção Iñaki, outra filha dos reis, a anoréctica Letizia e o seu marido filho do rei de Espanha

Eu sou daquelas pessoas que acha um absurdo ainda haver realeza, especialmente quando eles não fazem nada da vida senão viver à custa de subsídios estatais milionários pagos pelos contribuintes. Para mim realeza é o símbolo mais alto de luxúria e opulência de um Estado, são parasitas da sociedade.
Mas os povos que têm monarquia gostam porque é um símbolo que lhes é muito querido e dá-lhes mais identidade, vá lá é como se fossem património cultural imaterial. Até aí tudo certo, o povo gosta, o povo que pague. No entanto feitas as contas, a nossa as repúblicas em geral e a nossa república em especial,  gastam o dobro do que gasta o Rei de Espanha por isso afinal, assim perante estes parâmetros de comparação, podem não ser assim tão "chulos" (não encontrei melhor adjectivo peço desculpa) até porque agora a realeza já vai passar a repetir roupa (imagine-se nunca repetiam a roupa que usavam em cerimónias públicas, e eles não compram roupa na feira nem em lojas da plebe percebem?) e até porque a princesa Letizia (ex jornalista) nem sequer come, por isso vá são relativamente poupadinhos mas de tal forma que possam continuar a viver na luxúria, com todas as regalias possíveis e imaginárias e sem fazerem grande coisa da vida senão aparecerem,sorrirem e acenarem.
Mas não é que o genro do Rei Juan Carlos de Espanha, casado com a infanta Cristina de seu  nome Iñaki Urdangarín achou que ganhava mal, então em vez de ir arranjar um trabalhinho o que é que ele fez? desviou dinheiros públicos que é mais fácil!
O Sr Urdangarí foi formalmente acusado de fraude, enriquecimento ilícito, abuso de confiança e falsificação de documentos mas diz-se inocente, certo certo é que quem não deve não teme e o Sr "fugiu" de Espanha e foi viver para os EUA!
Este caso vai a julgamento e ainda nada está provado, mas não me admiro nada que seja verdade!

Segundo o jornal i de 31 1-Dezembro-2011:

Urdangarín e o seu sócio receberiam dinheiro público para o Instituto Nóos, organização sem fins lucrativos que ambos criaram. parte desses fundos terá ido parar à empresa privada- e com com fins lucrativos- que o rei detém com sua mulher, a infanta Cristina. De acordo com a polícia espanhola, esse dinheiro terá sido usado por Urdangarín para financiar em parte a sua mansão de Barcelona, avaliada em 7 milhões de euros, e onde terão sido gastos 80 mil euros na compra de alumínios, vidros e portas novas.

A polémica foi tão grande que levou a que fossem divulgadas as contas da casa real espanhola pela primeira vez na história: 292 752 euros são o rendimento bruto anual do rei de Espanha e incluem um salário de cerca de 140 mil euros e uma verba para despesas de representação que ultrapassa os 152 mil euros, mas o montante total é sujeito a uma carga fiscal de 40 % (o que é que isto quer dizer o Rei paga impostos com o dinheiro que recebe dos impostos? que cómico!) e então deixa ao monarca "apenas" um rendimento líquido anual de 175 651 euros para as suas extravagâncias (gostei do pormenor: cento e setenta e cinco mil e seiscentos e 51 euros...o que é que ele faz com o euro extra?) . Ou seja o rei de Espanha ganha por mês 14 583 euros...nada mau (atenção há políticos que ganham só de reformas isso aqui em Portugal!e esse é um ordenado comum para os jornalistas da RTP, já há em tv's privadas portguesas há apresentadoras que ganham 50 mil euros por mês...mas ao menos as TV's privadas não somos nós a pagar-lhes os ordenados por isso não tem problema, isto era só para fazer a analogia e dar a entender que os Reis de Espanha afinal ganham bem mas nem tanto assim).
E o príncipe Filipe também tem de ganhar a vida, então recebe metade do que o pai recebe (7000 euros por mês? para alguns políticos portugueses é pouco, houve até um fulano que disse que um gestor público, já nem estamos a falar de políticos, de empresas como a Carris e a Refer ganhar 5000 euros por mês era um convite à mediocridade).
E no total, a rainha Sofia e as princesas Cristina e Elena, irmãs de Filipe, e Letizia, a nora dos reis, recebem 375 mil euros cujo montante de repartição é decidido pelo rei (uma monarquia nada machista portanto) para as sras irem comprar as roupitas Louis Vuitton, Gucci e outros trapinhos para andarem bem vestidas.
Depois também há a gestão do palácio que é atribuído um orçamento anual pelo parlamento, que em 2011 foi de 8,4 milhões de euros metade desse dinheiro é para pagar ordenados aos criados, jardineiros, mordomos e motoristas dos reis).
Feitas as contas quase 10% das verbas orçamentais são para dotações e gastos da família real espanhola isto é: por cada 100 euros do orçamento espanhol, 10 vão direitinhos para a corte.

Com esta crise toda pode ser que os espanhóis, com recordes de desemprego na zona euro, percebam que eles não vivem num conto de fadas.
Quanto a nós, sem dúvida alguma há políticos e gestores públicos que recebem mais dinheiro que os reis, e espero que o seu modo de vida opulento baseado na extorsão de dinheiros públicos(embora legal, pois claro são eles que propõem e  aprovam as leis) acabe de vez, pois são vocês que vivem acima das nossas possibilidades!
Continuo a ser anti-monárquica mas claro que respeito os povos que têm e gostam de ter monarquia.
A monarquia sai caro, mas muitas repúblicas saem ainda mais caras.
Vejamos a monarquia mais cara é a inglesa que custa 50 milhões por ano ao Estado e representa estatisticamente estatisticamente (0,75 cêntimos por habitante), a monarquia norueguesa custa 12 milhões de euros anuais, a monarquia belga 13,7 milhões, e a monarquia dinamarquesa e sueca 12 milhões...e a espanhola 12 milhões anuais o (que representa estatisticamente 0,20 cêntimos por habitante).
Quanto às repúblicas europeias a italiana gasta 235 milhões de euros anuais, e a francesa e alemã cada uma 40 milhões de euros anuais.
Já a república portuguesa custa 16 milhões de euros anuais.