sábado, 21 de abril de 2012

Estados (des)Unidos da Alemanha


" Banco Central Europeu deve servir interesses da Europa, não da Alemanha"

Olivier Blanchard, director de investigação do FMI

Bem então parece que até o pessoal do FMI está a ganhar consciência da real confusão a que muito se deve esta confusão na Europa e estão aos poucos a reconhecer o que de facto se está a passar: a hegemonia alemã através do instrumento da dívida.
De facto como John Adams dizia: "Existem duas formas de conquistar e escravizar uma nação: uma é pela espada, a outra é pela dívida".
Na concretização de um antigo relativamente recente desejo bávaro a Alemanha parece estar a concretizar o seu velho sonho: dominar a Europa.
Refira-se até que são os próprios alemães, enquanto povo que aprovam estas medidas aplicadas para combater a crise (pudera!) ao mesmo tempo que o Banco Central Europeu faz um belo negócio com as dívidas soberanas dos outros países.
Solução? Federalismo!
"Trichet, o ex-presidente do Banco Central Europeu, anunciou hoje o seu plano para salvar a Europa. É simples. É o federalismo reforçado: um Estado Europeu que tome conta dos países que se portem mal:

 Assim, o governo europeu teria o poder de substituir o governo de um dos países com défice acentuado (Portugal, Grécia, Irlanda, Espanha, Itália) e decidiria a sua política orçamental.
 Grande ideia. Um federalismo puro e duro. Se há problemas num país, a sra. Merkel manda os seus adjuntos tomarem conta do caso.
 Só que, para isso, precisa de um exército para ocupar esse país (ou todos esses países?). E para suspender a democracia, evitando essa coisa impertinente que são as eleições que escolhem governos e parlamentos, não vá o povo revoltar-se e fazer-se grego.
 Isto foi explicado em Washington, numa antecipação da reunião do G8. Que ninguém se assuste: o prudente senhor Trichet não estava a sugerir, nem lhe passou pela cabeça, que alguém demitisse o presidente Obama e se apresentasse na Casa Branca com o mandato de tomar conta das finanças do país que tem a maior dívida do mundo, a dívida que cresce mais depressa e a dívida mais perigosa. Ele, afinal, é um homem que sabe respeitar os outros." Francisco Louçã


Certo é que nunca mas nunca deveremos esquecer: da Alemanha partiram as três Guerras Mundiais (I,II e a Guerra Fria) que acabaram na divisão da Europa por 4 décadas, como foi possível a um país, que era o mais produtivo e vanguardista nas ciências e nas artes, na técnica, na filosofia e nas letras cair, democraticamente na mais abjecta das barbáries? Ainda ninguém percebe como foi possível e há até quem negue, mas uma coisa é certa não poderá acontecer de novo! E a História ensina-nos que a dívida e o desemprego carregam o fim dos regimes democráticos, depois a fome e depois a guerra! Está na hora de tirar a Alemanha do pedestral de dirigente da Europa e fazer com que se decida entre enquadrar-se num projecto europeu ou sair dele o mais rápido possível antes que destrua a mais doce das chamadas Utopias: a Europa!