domingo, 13 de maio de 2012
O Milagre Argentino
A Argentina - outrora a «Suiça da América do Sul» - provou da pior maneira os excessos do capitalismo desregrado e neoliberal que durante anos privatizou numerosas empresas do serviço público. Depois, para acabar com a inflacção, equiparou-se, por lei o peso ao dólar privando a Argentina da sua soberania monetária (uma situação análoga à de Portugal em relação ao euro). Terminou na tragédia do «corralito» (uma corrida aos bancos, na sequência do congelamento das contas e poupanças em dólares) e da bancarrota de 2001. A Argentina ficou de joelhos (57% da população estava na pobreza, 27,5% na indigência, e o desemprego ultrapassava os 20%) e sob a garra do FMI parecia condenada a ficar assim por muitos anos. Mas a Argentina decidiu romper com o FMI após anos de duras negociações e pagar toda a dívida de uma vez só ao FMI e protelar os pagamentos aos restantes credores resultando numa posterior década de crescimento sustentado e as taxas de crescimento económico cresceram de 6% a 9% ao ano - a excepção será para 2012 com apenas 3,5%. A pobreza desceu para os 11,3% e a indigência para os 3,8% e o índice de desigualdade desceu abruptamente - em 2001, os 5% mais ricos da população ganhavam 32 vezes mais que os 5% mais pobres e em 2010, essa diferença tinha caído para 17 vezes.
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